São Paulo, 14 de dezembro de 2018. Consumidores estão na correria das compras de Natal. No entanto, antes de usufruírem de seus produtos, o governo é quem dá a primeira mordida, com a alta carga tributária embutida nos preços finais de itens típicos dessa época.
Segundo levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), encomendado ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). “De forma geral, a carga tributária é alta em todos os itens da lista, pois a mínima está acima dos 29%, de tender, frios e peru. O mais tributado é o vinho importado, com 69,73%, porque há uma taxação maior devido à incidência do imposto de importação ― há também o impacto da alta do dólar”, analisa Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Outras bebidas estão no topo do ranking, como espumante (59,49%), cerveja (55,60%) e vinho nacional (54,73%).
As menores taxações, que variam de 36% a 29%, estão nos alimentos tradicionais da cesta natalina: azeitonas (36,5%); castanhas, frutas cristalizadas e nozes (36,45%); panetone (34,63%); peru, frios e tender (29,32%). “Os alimentos não têm incidência do IPI, ao contrário das bebidas”, aponta Burti.
Ele lembra que apesar de toda a arrecadação ainda há um rombo de mais de R$ 100 bilhões nas contas públicas, segundo estimativas. “Os consumidores, que são grandes contribuintes, esperam não ter que tapar esse buraco por meio de aumento de impostos. Ao futuro governo cabe cumprir o que prometeu e controlar os gastos públicos”, conclui o presidente da ACSP e Facesp.
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